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domingo, 28 de outubro de 2012

LENDA DO RIO URUGUAI: RIO DOS PÁSSAROS

Lenda do Rio Uruguai: Rio dos Pássaros.
Foto: Claidi Todescatt: PortoGoio-En, formação do Lago Fozdo Chapecó.  
 
Ouvia lendas inesquecíveis sobre os sete povos e sobre o próprio município. Seu mundo interior povoava-se de figuras e dimensões encantadas. Destacava sempre uma em especial, a do nascimento do rio Uruguai, numa das muitas confrontações havidas entre o diabo vermelho dos índios, - o ANHAGUAPITÃ , - e São Pedro.

         Certo dia o diabo, cansado de caminhar pelas matas, porque, nesse tempo, tudo isto aqui era só mato a perder de vista, o caaguaçú, o mato grande, de água não existindo nem as lagoas, nem o jacuí, nem o ibicuí: decidiu tirar uma sesta para refazer as forças e continuar sua caçada de almas malvadas.

          E tratou de se espichar num tapete de guanxumas alta. Caiu bem ao pé de uma figueira carregadinha de frutos maduros.

          Nesse tempo, povoava essas matarias que se estendiam longe, a fazer limites com Santa Catarina e as terras do rei da Espanha, uma raça de passarinhos pequenos e cantadores, chamada URU. Aquele dia, depois de saborearem também os figuinhos roxos e suculentos, resolveram dar graças a Deus, cantando o que era uma lindeza de se ouvir.

            Eram milhares de milhares, estendidos desde de a linha serranias e pinheiras das alturas de Lajes, ao norte, ali por onde hoje se levanta Bom Jesus e Vacaria, até aqui por estas bandas rasas, no extremo sudoeste, por onde se alargam os pampas de Santana Velha e da Barra do Quaraì.

             O diabo, que tem um sono de pedra e ninguém consegue acordar quando está dormindo, naquela tarde não pode deixar de ouvir a orquestra dos passarinhos. Sua irritação era tamanha que resolveu dar um sumiço nesses bajuladores do Velhinho lá de cima...
Unindo o gesto a palavra, encheu as bochechas de vento, ficando com a cara em brasa, de tanto fazer força. Depois que tinha botado dentro da boca a maior quantidade de furacão, soprou com tanta fúria quanto podia, virando para o lado de onde lhe parecia provir o som.

             A passarada tratou de se cambiar, atirando-se espaço á fora, num movimento único. Depois pensaram que se o diabo não queria que eles cantassem no fofo dos galhos e ramagens, então cantariam no ar mesmo fora de seu alcance. Lá em riba recomeçaram seu gorjeio, ainda mais bonito, mais alegre do que antes.

            Furioso o diabo resolveu matar todos de uma vez só. Ouviu-se uma explosão, era como um tiro de canhão. E um horrível fedor de enxofre se propalou, na terra e no ar, deixando a bicharada tonta de cair.

            Com aquele canhonaço que se ouviu por milhares de léguas ao redor, o velhinho São Pedro, que também andava cá na terra, desconfiou que aquilo não podia ser coisa boa.
Nisso o relampejo do sol, sobre as asas do miles de passarinhos que começavam a cair do céu a imitar uma chuva transparente, daquelas do tipo casamento da raposa, alertou o santo de vez.

           Levantando as mãos para o céu, pediu a benção do Espírito Santo – que também era uma ave, pois sempre aparece disfarçado de pombinha branca – numa tentativa de salvar os bichinhos da senha malvada que os estava exterminado aos miles.

         Ergueu a mão direita na direção da passarada que caia, e á medida que o poder mágico de seus dedos ia atingindo os uruzinhos, foi acontecendo um milagre.

          As avezinhas que ainda tinham qualquer sopro de vida no corpo, foram se transformando em gota d´água, e as que já tinham morrido, se despencaram do alto para o chão, mudadas em pequenas pedras redondas e chatas, hoje conhecidas pelo nome de chaleiras, e que lembra pelo formato um passarinho de asas abertas.

         O volume de água foi tanto, a prosseguir pelo chão, por vales, matarias e campos, que o limite seco que separava o Rio Grande de Santa Catarina e da Argentina se tornou num rio enorme.

         Foi assim que nasceu o rio dos Uruguai, o rio Uru-aa-i, rio dos passarinhos, outros chamam de “rio dos pássaros pintados”.



EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS E NA COMUNIDADE.
A inclusão da Temática da Educação Ambiental no currículo educacional e nos processos de formação, capacitação docente e na vida das pessoas das diferentes idades, grupos sociais é trabalhada por meio de diferentes estratégias. Um Projeto que realmente tem chamado a atenção dos(as) educandos dos diferentes níveis, graus ou modalidades de ensino e de educadores das diversas área do conhecimento humano é a  temática da preservação ambiental dos rios e em especial o Rio Uruguai.
A Associação Amigos do Rio Uruguai  e  Afluentes- AARU  desenvolve Projeto Luzes e Sombras: Identificando Impactos e Potencialidades do Rio Uruguai e Afluente e conta com a participação de várias entidades, onde  realizou várias viagens de barco a motor, por dentro do Rio Uruguai no trecho de  Ita até mo marco das três fronteiras adiante de Itapiranga(SC). Foi possível organizar documentários que visam identificar os impactos ambientais, reconhecer as potencialidades e diversidades do ambiente, e os aspectos antrópicos das pessoas que vivem no entorno do Rio Uruguai, e dos afluentes, a vida, a cultura, bem como a relação com a natureza.
As incursões pelo Rio Uruguai foram realizadas para registrar as alterações bruscas ao ambiente, e a vida das pessoas envolvidas. As alterações são evidentes e  a perplexidade das pessoas em geral também  porque num primeiro momento o surge aos olhos é a forma a magnitude dos empreendimentos, porém ao analisar com um pouco mais  de cautela  é notória a preocupação com  os impactos que eles causam  e a proporção destes na vida de todos e  por consequência da humanidade.
O bioma da Mata Atlântica está drasticamente reduzido, a falta de recursos madereiros é uma realidade então o que explica atitudes como esta de inundar os remanescentes florestais com árvores pioneiras e espécies endêmicas de orquídeas por exemplo que ocorrem somente neste local. A per da biodiversidade é um dos impactos mais graves em nível mundial e quando pode-se gerenciar a diminuição deste impacto porque não o fazemos
        A presença de resíduos sólidos urbanos como: plástico, pneus, metais entre outros é evidente na jusante do Rio Uruguai, os sarandis expostos estão todos enfeitados de resíduos (lixo) trazidos pela água .
       A falta de saneamento básico, com despejo no rio, dos resíduos poluidores comprometem a qualidade da água.
       O rebaixamento dos recursos hídricos caracteriza-se como um fator preocupante seja pela manutenção dos diferentes ecossistemas, seja pelo cenário paisagístico que sofre alterações drásticas, tanto no ambiente físico como na vida das populações ribeirinhas que dependem do rio para sobreviver.
         A ocupação e uso do solo de forma desordenada, sobretudo na margem do Rio Uruguai é um flagrante desrespeito à lei ambiental, à preservação do ambiente, observando-se ao longo do trajeto do rio; desmatamento, assoreamento, retirada ilegal de recursos naturais como árvores nativas, criação de animais como gado, ovelha, suínos, aves, cultivo de lavouras com uso de defensivos agrícolas.
         Os aspectos positivos, observados é que pode-se constatar o turismo de pessoas utilizando o Rio Uruguai para nadar, navegar com pequenas embarcações, pesca de caniço ou peca e solte, a educação ambiental trabalhada por algumas organizações não governamentais, a geografia do local que no vale fica mais suntuosa com os cenários de belezas naturais com quedas de água, corredeiras, nascentes, por de sol, morros, espraiados de singular beleza, fonte também de inspiração, nostalgia e poesia. Estes e outros aspectos são trabalhados nas palestras proferidas nas escolas E.B.M André Antonio Marafon, E.B.M Anita Garibaldi, E.B.M Waldemar Kleinubing, E.B.M Victor Meireles,  E.B.M. Rui Barbosa, E.B.M Lara Ribas, E.B.M Pedro Maciel, E.E Valesca Parizotto e Escoal Parque Leonel de Moura Brizola.
RIO URUGUAI
Como posso escutar o seu pulsar?
A febre é latente, impactos, tudo a infectar.
Coloquei estetoscópio,
Coloquei o ouvido na barranca
prognóstico...
O rio Uruguai sangra pelas ancas
Arrancar
Estancar,
Descaracterizar,
Alterar,
E só barro, formar.
Talvez para lembrar que somos terra,
Vivemos da terra e voltaremos para a terra.
Após o próprio corpo enterrar.
É um deslizar lento nas águas revoltas das cachoeiras
Beira loucura saber que logo todas vão silenciar...
Não haverá cenário a não ser de lago profundo
Fim do mundo para a biodiversidade aquática.
Tica de nada adianta pedir, ensinar, formalizar,legislar
Eles querem ocupar,
Alterar,
Transformar,
Descaracterizar
E ´produzir energia
Mais valia para poucos...
Impactos para todos...
Quem vai reverter esse jeito torto de ver o mundo
Esse jeito torto de ser sem sentir,
Permitir,
Negociar
E ganhar...
Até o que não está a venda como a qualidade de vida
Que nada que  lida,
Falida,
Ida sem volta.
Impacto sem recuperação,
Ferida infectada, não adianta amputar
Penso que deveríamos imputar
Outro paradigma, outro rumo,
Assumo.
Também não somos perfeitos
Que rumo tomarão os senhores prefeitos?
O tão não está afinado,
Para não cheirar o poder , o estragado.
Estagnado estará o lago
Impactado, doente o ambiente
Mire e esteja ciente, vivente
Tem que saber para onde corre o rio
Tem que conhecê-lo da nascente até a foz
Sentir seu pulsar,navegar, pesquisar,divulgar,  monitorar, aprender e  ensinar a preservar
E refletir o que será de nós?
Tem que entender qual é a tendência?
Qual é a (in)gerência,
Controlar a ância
Denunciar a ganância,
Da superior instância.
______________.TODESCATT, Claidi. Pedagoga. Especialista em Supervisão Educacional. Mestre em Gestão e Auditorias Ambientais. Doutoranda em Ciências da Educação. Presidente da ACEMAT - Associação de Cultura, Educação, Meio Ambiente e Tecnologia.

Foto revela as árvores submersas pelo Lago da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó.


Alunos da Escola Básica Municipal Rui Barbosa (Chapecó – SC), receberam a Palestrante Claidi Todescatt que veio abordar sobre problemas emergentes do Rio Uruguai.
             O Rio Uruguai, passa por nossa cidade, pois  temos vários afluentes, que deságuam no Rio  Uruguai. O mesmo, faz a divisão dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, na Região  Sul do Brasil, e a margem de outros países: Brasil, Argentina e o Uruguai, a  sua nascente fica numa região brasileira chamada de campos dos Padres, depois ele “descarrega” suas águas no oceano Atlântico.
Neste rio há várias espécies de peixes, mas o mais conhecido é o Dourado, a palestrante explicou que infelizmente esta em extinção é um peixe muito apreciado pelos pescadores, é lendário por sua bravura e resistência uma vez fisgado. Se o Salmão é o maior alvo na pescaria no hemisfério norte, na América do Sul, o Dourado é o maior. A partir do mês de outubro, começa a época de piracema, onde a pesca de dourado é proibida, pois os peixes precisam nadar muito, corredeiras a cima  para desovar, a piracema dura até fevereiro.
 A professora ambientalista Claidi, contou que faz parte de um “grupo” a AARU- Associação Amigos do Rio Uruguai e Afluentes que ajuda a limpar o Rio Uruguai, que passa por varias escolas nas cidades próximas, para fazer relato do grupo, e falar sobre a importância do rio, eles acampam (se divertem), porque curtem a natureza, e é lamentável que eles tenham que fazer por precaução, e não por lazer.
 Eles também ajudam os animais, ela nos abordou um caso, onde uma vaca  que tinha caído no rio, e não conseguia subir o barranco, fazia mais de três dias que a vaca estava lá, sem comida e sem água, estava fraca, ao  passar por lá, a equipe colocou ela em solo firme e graças a essa atitude livraram o rio de mais uma poluição.
Entendemos que é perigoso deixar os animais tomar água em rios de água corrente, como o rio Uruguai. E o correto, seria manter uma distância de cem metros longe do rio, para reflorestar, e a partir dos cem metros, poder construir, plantar e deixar os animais livres, porque o rio pode sofrer interferências na natureza, como enchentes, vendavais e outros fenômenos naturais.
Se as pessoas forem prudentes e seguirem as orientações, não serão surpreendidas. Se não fosse as informações, de uma pessoa que , vivenciou as ações do homem sobre a natureza, ouviu relatos e historias   de como funciona a ação do “ser humano”  muitas pessoas, bem, como nós alunos não sabíamos como é essa realidade, que nos foi mostrado através de imagens onde os mesmos fazem documentário e/ou até mesmo (dossiês) e temos a certeza que a partir  dessas informações estaremos mais alertos e,  certamente vigilantes da natureza , bem como parceiros da palestrante  Claidi Todescatt.   
            E esse trabalho desenvolvido por ambientalistas, é ótimo, pois nos faz a ajudar a natureza, e futuramente se todos fizerem a sua parte, provavelmente não teremos tantas preocupações, e navegaremos no rio tranquilamente, para apreciar cada vez mais a beleza que o Rio Uruguai em toda sua extensão.
Aluna: Camila    Carniel                                Professora:  Mazali Fortes dos Santos  Sabi
Fotos da palestra na Escola Básica Rui Barbosa.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS REFERENTES A ÁREA AMBIENTAL QUE DEVEM SER CONTEMPLANOS NOS CURRUCULOS EDUCACIONAIS

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS REFERENTES A ÁREA AMBIENTAL QUE DEVEM SER CONTEMPLANOS NOS CURRUCULOS EDUCACIONAIS

Os ciclos da água, seus múltiplos usos e sua importância para a vida, para a história dos povos.
Os ciclos da matéria orgânica e sua importância para o saneamento.
As teias e cadeias alimentares, sua importância e o risco de transmissão de substâncias tóxicas que possam estar presentes na água, no solo e no ar.
O estabelecimento de relações e correlações entre elementos de um mesmo sistema;
A observação de elementos que evidenciem ciclos e fluxos na natureza, no espaço e no tempo.

SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE
A diversidade cultural e a diversidade ambiental.
Os limites da ação humana em termos quantitativos.
As principais características do ambiente e/ ou paisagens da região em se vive.
 As relações pessoais e culturais dos alunos e de sua comunidade com os elementos dessa paisagem.
As diferenças entre ambientes preservados e degradados, causas e consequências para a qualidade das comunidades, do entorno imediato até de outros povos que habitam a região e o planeta bem como das gerações futuras.
A interdependência ambiental entre as áreas urbanas e rurais.

MANEJO E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

O manejo e a conservação da água; noções sobre captação, tratamento e distribuição para o consumo; os hábitos de utilização da água em casa e na escola adequados às condições locais.
A necessidade e formas de tratamento dos detritos humanos: coleta, destino e tratamento de esgoto: procedimentos possíveis adequados às condições locais (sistemas de esgoto, fossa ...etc).
As formas perceptíveis e imperceptíveis de poluição do ar, da água, do solo e poluição sonora: principais atividades locais que promovem poluição (industriais, mineração, postos de gasolina, curtumes, matadouros, criações, matadouros, criações, atividades agropecuárias, em especial as de uso intensivo de adubos químicos e agrotóxicos).
Noções de manejo e conservação do solo: erosão e suas causas nas áreas rurais e urbanas, necessidade e formas de uso de insumos agrícolas, cuidados com a saúde.
Noções sobre procedimentos adequados com plantas e animais; cuidado com a saúde.
Necessidade e principais formas de preservação, conservação recuperação e reabilitação ambientais de acordo com a realidade local.
Processos simples de reciclagem e reaproveitamento de materiais;
Cuidados necessários para o desenvolvimento das plantas e dos animais;
Procedimentos corretos com dejetos humanos nos banheiros e em lugares onde não haja instalações sanitárias.
Práticas que evitam desperdícios no uso cotidiano de recursos como água, energia e alimentos.
Valorização de formas conservativas de extração, transformação e uso dos recursos naturais.

CONTEÚDOS COMUNS

Formas de estar atentos ao consumismo.
Valorização e proteção das diferentes formas de vida.
Valorização e cultivo de atitudes de proteção e conservação dos ambientes e da diversidade biológica e sociocultural.
O zelo pelos direitos próprios e alheios a um ambiente, cuidado, limpo e saudável na escola, em casa e na comunidade.
O cumprimento das responsabilidades de cidadãos, com relação ao meio ambiente;
O repúdio ao desperdício em suas diferentes formas.
A apreciação dos aspectos estéticos da natureza, incluindo os produtos da cultura humana.
A participação em atividades relacionadas à melhoria das condições ambientais da escola e da comunidade local.
É possível expandir a temática da Educação Ambiental a problemática das abordagens mais complexas. Como a formação, do universo, à história do homem e da humanidade, oferecendo respaldo para as pessoas refletirem sobre o sentido maior da vida e embasar as suas opções e condutas.
Os conteúdos por si só podem não significar efetividade da Educação Ambiental. É à forma de articular estes componentes, é a forma de estruturar as abordagens que fazem, do currículo, uma experiência de maior validade.


A ABORDAGEM METODOLÓGICA DA
 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A grande conquista da escola brasileira em termos de Educação Ambiental é a transversalidade da Educação Ambiental.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, A Educação Ambiental  caracteriza-se pela  ruptura com os conteúdos pré-determinados, ou impostos, fragmentados, restritos.
O manejo do saber, a opção por definir, eleger, elencar os conteúdos nesta lógica, passa a ser dos educadores, dos educandos, da comunidade escolar que quando bem articulados possuem o poder de transformar as realidades e lutar por melhores condições de estudo, de trabalho, de cidadania, de vida.
As disciplinas, com os fragmentos de conteúdos, formais, historicamente tem gerado lacunas na compreensão dos problemas socioculturais, constata-se diuturnamente um reducionismo no processo de ensinar e aprender. A necessidade de superar a fragmentação das disciplinas e atuar na propositura de um currículo comprometido com uma compreensão mais inteira do mundo e de seus fenômenos.
A abordagem transversal oferece oportunidade de compreensão e vivência de problemas sociais e culturais apreendidos em toda a plenitude e complexidade com que acontecem e revelam-se, em oposição á desgastada prática tradicional de transmissão de informações, conhecimentos, valores e atitudes, dissociados da realidade vivida pelo educando.
A transposição metodológica que trabalha a aquisição e a produção do conhecimento como um processo aberto, flexível e comprometido eticamente. Sem negar a estrutura dos currículos educacionais, a transversalidade flexibiliza o processo de aquisição e produção do conhecimento e neutraliza o artificialismo inerente a prática pedagógica tradicional.
O ritual da rotina na escola, na família, na comunidade merece estudo e reflexão. A rotina imposta, cobrada intensamente das crianças contribui para quê? Para a ordem? A submissão? Isso quer dizer que, sensibilizadas as áreas do conhecimento, e por conseqüência neutralizado o artificialismo da rotina escolar, alcança-se maior significado na aprendizagem.       
A interpretação de totalidade da situação real, como recurso metodológico para contextualizar o conhecimento recriado no processo pedagógico permite a participação ativa de educandos e educadores e a comunidade por extensão, pois é a partir de buscas de saídas para as situações problemas enfrentadas na prática docente e na vida da comunidade que ambos descobrem-se sujeitos da aprendizagem e do processo sócio, histórico  cultural, educativo e ambiental.









MONUMENTO ROTARIANO EM HOMENAGEM AO RIO URUGUAI

ROTARY CLUB INTERNACIONAL
ROTARY CLUB CHAPECÓ



PROJETO
MONUMENTO ROTARIANO EM HOMENAGEM AO RIO URUGUAI


Projeto de recuperação de área degradada espaço que envolve o Monumento Rotariano em Homenagem ao Rio Uruguai, situado na BR.  No vale do Rio Uruguai.
Elaboração: Profª Claidi Todescatt.


Chapecó(SC) 18 de Maio de 2010



1. TEMA


              Projeto: Monumento Rotariano em homenagem à preservação do Rio Uruguai.
        
2. APRESENTAÇÃO

            O Monumento em Homenagem à Preservação do Rio Uruguai é um marco Rotariano que foi construído em homenagem à preservação do Rio Uruguai encontra-se na serra, no vale do Rio Uruguai próximo ao Goio En. A localização geográfica, entre montanhas entrecortadas por florestas nativas e grandes áreas de bosques com espécies exóticas que servem para manejo florestais, o cenário paisagístico do  Rio Uruguai, formam um tabuleiro de cores e de características sócio ambientais sem igual.
A beleza cênica do local com as características peculiares do vale com a neblina e a relva das manhãs, o calor e o sol escaldante nos dias ensolarados e as sombras que cobrem a montanha no entardecer formam um contexto único talvez para nos lembrar da tarefa docente e cidadã que temos de preservar o ambiente e os valores socioculturais por meio da cultura e da postura interinstitucional que integram as entidades parceiras do Rotary Chapecó neste projeto.
            A educação ambiental é um tema transversal e interdisciplinar  que permeia o currículo educacional ao longo dos processos de formação humana e profissional, é conteúdo recorrente na legislação educacional brasileira e na diferentes produções acadêmicas porém está longe de acontecer de fato  nas atividades rotineiras daqueles que utilizam do espaço físico e o contexto que integra o monumento em homenagem ao Rio Uruguai
O problema mais visível infelizmente é a deposição de lixo sólido na margem da rodovia e no entorno do monumento é constante, talvez para nos lembrar dos desafios que temos de preservar o ambiente por meio da educação e sensibilização do povo e também porque o local não contava com uma infra-estrutura mínima para atender os turistas e a população que para neste espaço para descansar e apreciar a paisagem.
            O patrimônio somente histórico e natural será preservado se houver educação e valorização, se atuarmos de forma continua e integrada junto à comunidade integrando o maior número de pessoas nas ações desenvolvidas nas instituições sociais e junto a comunidade.
É neste sentido que acreditamos que o Rotary Club Chapecó deve assumir a missão social e cidadã de orientar, coordenar e valorizar as ações interativas de educação patrimonial e ambiental iniciando pelo Monumento Rotariano em Homenagem ao Rio Uruguai divulgando na própria entidade, nas famílias que compões a família rotariana e na imprensa de maneira geral para que os munícipes possam saber sobre a proposta que este marco nos sinaliza.  Na verdade o objetivo maior é preservar os mananciais hídricos como forma de preservar o ambiente a vida, então poderemos começar  contribuindo com os cuidados com marco, dando exemplos,  atuando de forma integrada na preservação da Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai e toda a complexidade que a compõe.


3.OBJETIVOS

        3.1 Geral

         Desenvolver um processo interinstitucional que visa recuperar o monumento rotariano em homenagem a preservação do Rio Uruguai e o cenário paisagístico do entorno a fim de difundir para a sociedade a importância dos recursos hídricos para a qualidade de vida e a conquista da cidadania, entendendo que para além do embelezamento cênico do monumento e do entorno, temos o compromisso docente e cidadã de educar o povo e preservar o meio.

3.2 Específicos

        3.2.1 Integrar as diferentes entidades da sociedade civil e do governo municipal para visitar o monumento em homenagem à preservação do Rio Uruguai e avaliar as reais condições de desenvolver um projeto integrado a fim de recuperá-lo e de difundir junto à comunidade o significado e a importância deste marco na cultura e na preservação ambiental da América do Sul;

      3.2.2 Elaborar o projeto contemplando as atividades iniciais acordadas entre as instituições participante  e articular esforços no sentido de efetivar o processo de recuperação do monumento e integrar as  entidades em torno das causas da preservação do Rio Uruguai;

3.2.3       Difundir junto às entidades parceiras e o projeto visando integrar o maior número de pessoas no processo sócio-ambiental, por meio de diferentes estratégias interativas de ação sensibilização e mobilização social.

3.2.4       Realizar mutirão de limpeza do local, de implantação do paisagismo contendo: arborização e ajardinamento, e implantação de equipamentos como lixeiras, floreiras, barramento de segurança por meio de cerca viva ou de muretas, realizar avaliações técnico profissional para verificar se há  possibilidade de instalar energia elétrica,  e o sistema hidráulico que foi  danificado.

3.2.5       Organizar um processo de mobilização social junto às entidades parceiras para organizar a inauguração da recuperação do local e encaminhar o processo de preservação ambiental do Rio Uruguai, verdadeira filosofia deste monumento;

3.2.6       Encaminhar um processo participativo e contínuo de preservação e manutenção do monumento e do entorno a fim de torná-lo um ponto turístico, com um mirante para podermos contemplar e preservar as belezas e oportunizar um local adequado e belo, e agradável aos que trafegam na serra do Rio Uruguai;

4. ESTRATÉGIAS E ATIVIDADES
      
 . Realização de visitação “ in loco para  constatar a realidade imediata e encaminhar as atividades práticas de recuperação da área, de educação e mobilização socioambiental;

. Elaborar o projeto de recuperação da área degradada e encaminhar as atividades de mobilização social por meio de entidades parceiras como: Reunião de socialização e contextualização do projeto, pesquisa da história do monumento, entrevista com pessoas que acompanharam o processo de construção do monumento;

 . Entrar em contato com as pessoas responsáveis pelo setor de Turismo da Prefeitura Municipal de Chapecó, explicar o contexto do projeto e solicitar que a Prefeitura inclua o Monumento em Homenagem à preservação do Rio Uruguai no roteiro turístico do Município e para colaborar no processo de difusão  e preservação do mesmo;

                    À Subprefeitura do Distrito do Marechal Bormann, encarregou-se de encaminhar as atividades práticas propriamente ditas de limpeza, embelezamento e recuperação do local como:

            Coleta, seleção e reciclagem de resíduos sólidos;

            Roçada do capim invasor, capina, limpeza, rastelamento;

            Colocação de cargas de terra para melhorar o terraço na parte posterior ao monumento;
      
            Construção de uma mureta de proteção no contorno posterior ao monumento devido à declividade do terreno, oferecendo maior segurança para as pessoas e especialmente às crianças que visitam o local;

            À sugestão é que façamos um elevado longitudinal de terra própria para jardim, que possamos adubá-la e plantar Hortênsias(Hidrângea macrophilla) como um corredor verde e florido que facilita o embelezamento e paisagismo do local;

            Construir um jardim em volta do monumento com colocação de terra para destacá-lo e plantar mudas de Hortênsias(Hidrângea macrophilla), Agapantus( ) Érica() Lírio Azul ou Amarílis, em fim espécies rústicas que não  exigem muito manejo. Sugerimos esta espécie porque combina com o cenário paisagístico do local e com a rusticidade própria que exige em épocas de estiagem, também por não oferecer espinhos e deslumbrar com as tonalidades de cores variadas facilitando o próprio manejo e pega por estaquia. As Hortênsias combinam com água, com mulheres e com seres humanos sensíveis que amam o ambiente e querem preservá-los, bem como com a  proteção do solo contra erosão.

Neste espaço, onde foi construído o monumento a degradação ambiental e patrimonial é histórica, sofre constantes ataques de  furtos, vandalismo, degradação e a presença constante de animais  colocados propositadamente para pastar no local e assim degrada o ajardinamento.
      
            Planta árvores de diferentes espécies no entorno do local sendo que respeitado-se o aspecto do “ mirante” permitindo visibilidade ampla aos visitantes que desejam fotografar e contemplar o vale do Rio Uruguai, neste sentido  sugere-se espécies como Ipê( Tabebuia avellanadea e tabebuia chiysotricha) e Pata de vaca(Bauchinia variegata), entre outras espécies nativas como Pitangueira(Eugênia uniflora) Cerejeira(Eugênia involucrata).

            Colocação de pedras britadas, médias e passar o rolo compressor para compactar bem a superfície;

            Verificar a possibilidade de colocar asfalto ou uma camada generosa de pedras britadas no acesso anterior ao monumento evitando e prevenindo a erosão do solo que ocorre neste local devido à declividade do terreno e por estar à margem da rodovia com tráfego intenso;
 
            Colocação de lixeiras, porém, devido ao vandalismo que ocorre neste local sugere-se que sejam chumbadas de forma a garantir a permanência destas no local;

            Contactatar com a empresa e a equipe que realiza a coleta seletiva de resíduos para que garantam coleta de resíduos sistemáticos no local;

            Construir uma bancada elevada em concreto para amparar ou apoiar o livro de concreto que contém as inscrições que identificam a obra e a entidade mantenedora;

            Garantir a colocação de placa informativa identificando o projeto e a participação das entidades no processo de recuperação e manutenção do monumento e do paisagismo do local;
              
               Verificar, avaliar as condições técnicas de instalar um ponto de energia elétrica no local;

         
              Ao Rotary que é entidade mantenedora cabe centrar atenção no próprio monumento e coordenar o processo de recuperação, identificação e preservação.

.Cabe ao Rotary difundir a história, os objetivos e a filosofia própria do monumento, que para além deste local que é um símbolo, uma marca, um ensinamento serve para nos lembrar da tarefa docente e cidadã de preservar o ambiente, especialmente na Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai.

. De atuar de forma consciente e integrada com outras instituições em caráter continuado para contribuir com os princípios da paz, da sustentabilidade, da qualidade de vida;

. Cabe também de forma prática decidir o que fazer para embelezar o monumento, propriamente dito, isto é se vão passar massa e pintar, se vai ser ladrilhado, se vão recuperar as inscrições no livro ou seja, a identificação da obra.

. Na própria entidade realizar reuniões que possam esclarecer o projeto e encaminhar mutirões de trabalho envolvendo integrantes da entidade á participarem;

. Como sugestão propomos ao final do processo de recuperação do monumento organizar uma inauguração com a presença de autoridades, convidados, estudantes da Escola Básica Goio En,  educadores, imprensa para  divulgar o trabalho;

Denunciar os ataques de vandalismo e danos ao ambiente e ao patrimônio, entrar em contato com a Polícia Militar e solicitar maior atenção no local;

Propomos que o Rotary realize junto aos Rotary Internacional um intercâmbio com os companheiros rotarianos Uruguaios e Argentino para saber como andam as atividades e a preservação dos monumentos em homenagem ao Rio Uruguai naqueles países;

Propomos também divulgar este trabalho na revista rotária e nos ideários da instituição bem como na imprensa local como forma de educação ambiental e patrimonial.

Quanto às entidades parceiras como à AARU- Associação Amigos do Rio Uruguai e Afluentes e ACEMAT- Associação de Cultura, Educação, Meio Ambiente e Tecnologia, Horto Botânico de Chapecó cabe contribuir no processo de mobilização social por meio da conscientização e educação ambiental;

Promover palestra nas escolas lindeiras para difundir e conscientizar quanto ao projeto;

Elaborar o projeto ou a redação das decisões integrantes do projeto;

Fotografar e acompanhar o processo de recuperação, difusão, educação e preservação do monumento;

Contactar com o setor de turismo da Prefeitura Municipal de Chapecó para colocar o Monumento na agenda de turismo do Município. (já foi elaborado e acatado o pedido);

Incluir o projeto nos demais projetos que abordem da temática de educação, preservação e recuperação ambiental do Rio Uruguai;

Promover eventos “in loco” como encontro e partida das diferentes equipes que navegarão pelo Rio Uruguai e difundir a proposta;

Contactar com moradores lindeiros por meio de visitação “ in loco” para explicar sobre o projeto e solicitar ajuda na  preservação.





Recolhimento de lixo sólido, abandono, degradação patrimonial e ambiental.


         

Limpamos o entorno do jardim.

Plantio de Lírio azul e cravinas. Com coleta de lixo sólido no local.
Dia 12 de Julho presença da equipe de funcionários do Serviços Urbanos- Prefeitura de Chapecó, acompanhados da Profª Claidi Todescatt.

Coleta de lixo sólido em grande quantidade, adubação do solo com adubo químico cedodo pelo Horto Municipal, plantio de flores(íris), corte de grama, rastelamento.